EUA bloqueiam encomendas da China e Shein e Temu podem ser afetadas

Os Correios dos EUA suspenderam pacotes vindos da China e de Hong Kong. Entenda o motivo da decisão e os impactos para os varejistas asiáticos.

O Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS) anunciou nesta quarta-feira a suspensão temporária do envio de encomendas vindas da China e de Hong Kong.

A decisão está relacionada a uma mudança na legislação comercial, assinada pelo ex-presidente Donald Trump, que altera as regras de importação para produtos de baixo valor.

Com essa nova regulamentação, varejistas asiáticos como Shein e Temu perderam o benefício que permitia o envio de mercadorias sem o pagamento de tarifas.

A mudança impacta diretamente os pacotes com valor abaixo de US$ 800, conhecidos como minimis, que antes eram isentos de tributos alfandegários.

Apesar dessa suspensão, o USPS esclareceu que cartas e correspondências do tipo apartamentos não serão afetadas, mantendo o fluxo normal para esses envios.

A nova legislação dos EUA alterou as regras de importação, afetando lojas como Shein e Temu. Veja como essa mudança pode impactar o comércio. (Foto: divulgação).

Impacto para os varejistas asiáticos

O crescimento das plataformas Shein e Temu nos Estados Unidos se deve, em grande parte, à isenção tarifária. Com a possibilidade de enviar produtos de baixo custo diretamente aos consumidores, essas empresas expandiram sua presença no país, vendendo desde roupas até eletrônicos.

De acordo com um relatório divulgado pelo Comitê do Congresso dos EUA sobre a China, em junho de 2023, essas duas empresas representavam mais de 30% dos pacotes internacionais recebidos diariamente nos EUA.

Com a suspensão do envio via USPS e o fim da isenção, as plataformas precisarão rever suas estratégias para continuar operando no mercado americano.

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Efeitos no comércio entre Estados Unidos e China

Além da suspensão dos envios, o governo norte-americano também implementou uma tarifa extra de 10% sobre produtos importados da China, medida que entrou em vigor na última terça-feira.

Em resposta, o governo chinês aplicou uma tarifa de 15% sobre a importação de carvão, gás natural liquefeito, equipamentos agrícolas e outros produtos dos EUA.

Esse aumento nas tarifas reforça o embate econômico entre as duas potências, que há anos disputam espaço no comércio global.

A imposição de novas barreiras comerciais pode afetar tanto os varejistas chineses quanto empresas e consumidores americanos, que podem enfrentar preços mais altos em diversos produtos.

Com as mudanças nas regras, muitas empresas asiáticas terão que buscar novas alternativas logísticas e fiscais para continuar suas operações no mercado norte-americano.