O número de beneficiários do Bolsa Família caiu em mais de 3 mil cidades. Veja os motivos da redução e como a revisão está afetando o programa.
O programa Bolsa Família, que oferece assistência financeira para famílias em situação de vulnerabilidade, passou por mudanças desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Dados recentes mostram uma redução de 1,1 milhão de beneficiários, o que representa uma diminuição de aproximadamente 5% no total de famílias atendidas entre dezembro de 2022 e janeiro de 2025.
A redução não ocorreu apenas em algumas localidades, mas afetou 3.412 dos 5.571 municípios brasileiros, o que corresponde a 61% das cidades do país. Em algumas regiões, a queda foi mais expressiva, enquanto em outras o número de beneficiários se manteve estável ou até aumentou.

Por que o número de beneficiários diminuiu?
A redução no número de beneficiários está diretamente ligada ao pente-fino realizado pelo governo para verificar a regularidade dos cadastros.
O objetivo dessa revisão é eliminar pagamentos indevidos e garantir que o benefício seja direcionado a quem realmente precisa.
Ao longo de 2024, o governo identificou cerca de 3,7 milhões de fraudes no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), revelando a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa.
A saber, o processo tem permitido corrigir irregularidades e melhorar a gestão dos recursos públicos destinados ao programa.
Ademais, vale destacar que a queda no número de beneficiários teve efeitos diferentes em cada município.
Algumas cidades enfrentaram reduções expressivas, enquanto outras registraram aumento no número de atendidos.
- Rio de Janeiro foi uma das capitais mais afetadas, com 88.305 famílias a menos recebendo o benefício, representando uma queda de 14% no total de beneficiários.
- Manaus, por outro lado, teve um aumento no número de atendidos, registrando 15.093 novas famílias beneficiadas.
- Outras 2.123 cidades também apresentaram crescimento no número de beneficiários, o que mostra que, mesmo com a revisão cadastral, a demanda por assistência social continua alta em diversas regiões.
Confira também:
- INSS libera novas datas de pagamento: descubra quando seu benefício estará disponível
- Bolsa Família de fevereiro tem pagamento antecipado: veja novas datas e valores
- Salário mínimo tem novo valor confirmado e gera impacto no INSS e empresas
- .Identidade nacional mudou! Veja o que muda e como solicitar o novo documento
Ajustes na gestão do programa
A revisão no Bolsa Família tem sido bem recebida por especialistas em finanças públicas, que defendem a necessidade de maior controle sobre os cadastros.
Apesar disso, há preocupações com os custos do programa, já que o valor dos benefícios foi ampliado e o número de famílias atendidas continua elevado.
Os gastos com o Bolsa Família cresceram de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008 para 1,5% em 2023, chegando a aproximadamente R$ 172,5 bilhões.
Na prática, o aumento reflete a importância do programa para milhões de famílias, mas também levanta debates sobre sua sustentabilidade financeira a longo prazo.
Enfim, com a continuidade do pente-fino, o número de beneficiários pode continuar variando nos próximos meses.
O desafio do governo será equilibrar a fiscalização com a garantia de que as famílias que realmente precisam do benefício continuem recebendo o suporte necessário.
Os beneficiários devem ficar atentos às atualizações sobre o programa e garantir que seus cadastros estejam em conformidade com as exigências do CadÚnico para evitar suspensão do benefício.