Minha Casa, Minha Vida pode ganhar nova faixa para famílias com renda até R$ 12 mil

O governo estuda criar uma nova faixa no Minha Casa, Minha Vida para famílias da classe média. Veja as condições do financiamento e as mudanças propostas.

O governo federal estuda a criação de uma nova faixa no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), ampliando o acesso ao financiamento habitacional para famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil.

Atualmente, o programa atende apenas aqueles com rendimento mensal de até R$ 8 mil, deixando muitos trabalhadores da classe média sem opções acessíveis de crédito imobiliário.

A proposta busca facilitar o financiamento da casa própria para essa parcela da população, que frequentemente enfrenta dificuldades para obter crédito em bancos tradicionais. Com isso, mais brasileiros poderão conquistar um imóvel próprio com condições diferenciadas.

Quem ganha entre R$ 8 mil e R$ 12 mil poderá ter acesso ao Minha Casa, Minha Vida. Entenda como funcionará essa nova faixa e de onde virão os recursos. (Foto: Jeane de Oliveira / www.noticiadamanha.com.br).

O que muda com a criação dessa nova faixa?

A inclusão dessa nova categoria tem como objetivo oferecer taxas de juros mais acessíveis e garantir uma alternativa ao mercado tradicional de crédito imobiliário, que pratica juros elevados.

Hoje, muitas famílias que ganham acima do limite atual do programa não conseguem financiamento adequado, pois não se enquadram nas faixas do MCMV e, ao mesmo tempo, não têm renda suficiente para arcar com os juros cobrados pelos bancos.

Com essa ampliação, o programa poderá atender um público maior e reduzir a dependência da poupança como principal fonte de financiamento habitacional.

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Quais serão as condições do financiamento?

O governo propõe que a nova faixa tenha uma taxa de juros aproximada de 8% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR). Apesar de ser um pouco mais alta que a da Faixa 3, ainda fica abaixo dos 12% ao ano cobrados em financiamentos convencionais.

Além disso, trabalhadores que possuem saldo no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) poderão usar o benefício para obter descontos no financiamento, semelhante ao que já acontece nas faixas atuais do programa.

De onde virão os recursos para essa nova faixa?

Para viabilizar essa expansão sem comprometer o FGTS, o governo propõe direcionar R$ 14,3 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal. Esses valores seriam usados para fortalecer as faixas 2 e 3 do programa e financiar a nova faixa destinada à classe média.

A proposta já foi apresentada ao relator do Orçamento, junto com um pedido de remanejamento de R$ 15 bilhões das receitas do Fundo Social para o programa habitacional.

Impacto fiscal e sustentabilidade do FGTS

O governo afirma que a destinação desses recursos será classificada como despesa financeira, ou seja, não afetará o teto de gastos nem a meta de resultado primário. O objetivo é aliviar a pressão sobre o FGTS, garantindo sua sustentabilidade para atender outras demandas, como:

  • Saque-aniversário;
  • Pagamentos para trabalhadores demitidos;
  • Liberação de valores para diferentes programas sociais.

Atualmente, o FGTS possui cerca de R$ 400 bilhões em caixa. Porém, a Caixa Econômica Federal precisou endurecer as regras de financiamento no ano passado, pois havia risco de insuficiência de recursos.

Com essa nova estratégia de financiamento, o governo pretende manter a estabilidade do programa e ampliar seu alcance para famílias que antes não tinham acesso ao crédito habitacional facilitado.